domingo, 13 de abril de 2008

Tudo é relativo

Ele chegava calmamente, sem alarde, tentando se misturar à multidão. Enquanto estava em pé preparando-se para arrumar o seu lugar na areia, eu não tinha como não notar-lhe a bermuda, a papete, a camisa, o chapéu, os óculos escuros e a pele clara como folha de papel A4. Ele era um turista nas praias do Rio. Ele estava mais discretamente vestido que outros que usavam sapatos de couro ou chinelos e meias pretas. Mas a meia preta era o detalhe que os destacavam. Como uma pequena peça de vestuário que passa desapercebida a maior tempo conseguia atrair mais atenção dos que os pequenos aviões que puxavam faixas de propaganda pelos céus das praias cariocas?

Domingo de sol em Juan les Pins as praias começam a se encher de gente. Vou para a praia de camiseta, bermuda, papete apenas sem os óculos de sol, chapéu e, obviamente, não tenho a pele de folha A4. Sem perceber entrei na realidade do local onde já não me parece mais estranho estar vestido assim para ir à praia. Até mesmo o vestuário dos noruegueses da escola que estavam na mesma praia era mais adeqüado à ocasião do que o meu.

Um comentário:

Jotta disse...

Do título do filme "Um Americano Paris", convertemos para "Um Brasileiro em Juan les Pins". E já te imagino nas praias do Rio com "tiques" de turista do norte da Europa...
AHH! Não disseste mas fiquei curioso em saber:
# estavas, ou não, de sandálias e meias?
# levaste, ou não, a tradicional baguete embrulhada em papel e colocada no sovaco?
# tomaste, ou não, banho antes de sair de casa?
É só para saber se terei, ou não, de começar a parler avec toi com sotaquê frâncêssssss... mais, oh! la-la...
(eheh)