segunda-feira, 7 de abril de 2008

Indo à academia

Nos últimos vinte anos eu mantive atividade física pelo menos 4 vezes por semana, ao chegar em terras francesas meu ritmo mudou para 2 vezes por semana. E vou me desculpando, culpando os horários da escola e o bom transporte público porém não tão farto quanto eu gostaria. Antibes e Juan les Pins não têm a fartura de academias de Sampa, mesmo no meu bairro paulistano há muitas que ficam ao alcance de alguns minutos de caminhada. Estou matriculado numa academia de musculação, sem aulas de ginástica, com alguns esteiras e bicicletas para práticas aeróbicas. Bastante simples mesmo comparada à academia de bairro que eu freqüentava em São Paulo.

Eu levei quase 2 meses para me matricular em uma academia porém comecei a suar bem antes de iniciar as atividades físicas no momento em que fui às academias para saber de preços, horários e atividades. O meu francês hoje me permite falar com a dona da cafeteria da escola porque afinal de contas o menu não varia há 8 meses e nesse tempo já pude memorizar os nomes franceses de sanduíches, da única fruta e das bebidas. E como o preço também não varia, já entendo quando ela diz o quanto devo e claro a tela do caixa ajuda muito. Também já consigo desejar um bom final de semana. A dona deve me achar um abusado porque já respondi ao cumprimento dela com um "toi" quando deveria usar "vous" já que não temos qualquer intimidade. Espero que ela perdoe um estrangeiro que está tentando ser simpático e fazendo um esforço enorme para falar francês. Tanta volta para dizer que ao pedir informações nas academias o meu francês não ia além do bonjour ou bonsoir. Portanto era uma verdadeira ginástica entender o que me respondiam e mais difícil ainda era meu interlocutor entender o que eu queria saber. Nessas horas, eu era um perfeito analfabeto que falava português, espanhol ou inglês.

Um comentário:

Jotta disse...

Discordo. Os franceses é que não querem assumir o óbvio: em termos de comunicação universal o inglês é a língua adoptada por muito que isso lhes custe. E ao insistirem nisso localmente, ao não facilitarem a vida aos estrangeiros na sua terra (mesmo que sejam turistas)por assumirem orgulhosamente que só falam francês acabam por ter um comportamento deplorável. Há muitos nomes que eu poderia dar a isso mas vou ser simpático: na terra do chique quem assim age c'est une merde!