terça-feira, 1 de abril de 2008

Mortes no paraíso

Fiquei quase comovido ao ver a primeira página do jornal a Folha de Sao Paulo de 01 de abril. Lula pousava a cabeça afetuosamente nos ombros de Sérgio Cabral, o governador do Rio de Janeiro, pareciam amigos fraternos, demonstrando o prazer de estarem juntos. Ambos parecem felizes, tranqüilos e serenos. Se eu fosse um marciano recém-chegado ao planeta seria levado a pensar que Lula preside o Paraíso, que Sérgio é governador do Jardim do Éden e que a vida não poderia ser melhor para o povo, nem a serpente atrapalharia. Nenhuma capa estamparia melhor a celebração do dia da mentira.

A mesma primeira página do mesmo jornal, em menor destaque, anuncia mais 13 mortes causadas pela dengue. E os dois governantes, tranquilos, como se as mortes tivessem ocorrido em Marte. Nem uma palavra à população que morre por incúria dos poderes públicos. Nenhum pedido de desculpa, nenhum ministro ou secretário demitido. Nem mesmo o usual discurso do presidente dizendo que não sabia ou que foi traído por não terem lhe avisado da gravidade da epidemia que se avizinhava. Até mesmo os jornais dão mais importância ao noticiário político.

As mortes não causam mais espanto no Brasil.


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