terça-feira, 8 de abril de 2008

O sexo das coisas

Os programas humorísticos sempre gostaram de satirizar a confusão que os americanos e alemães fazem ao usarem o gênero nas frases: que menino bonitinha, que dia mais linda para ir ao praia. Pois é, eu ri muito com essas sátiras e agora seguramente devo ser o gringo que comete erros parecidos em francês. Enquanto português e espanhol em grande parte resolvem a questão dos gêneros dos adjetivos e algumas vezes dos substantivos, alterando o "O" por "A", em francês normalmente o "E" é adicionado às palavras para formar o feminino. É simples para os franceses mas é uma sutileza que meus ouvidos não distinguem bem e que minha pronúncia não diferencia corretamente para os ouvidos franceses.

Os falantes de inglês só diferenciam por gênero os seres humanos e animais principalmente os de estimação. Existe a exceção para os objetos, navio é tratado por "ELA". Não conheço a razão disso, talvez quem sabe porque os marinheiro nos tempos mais antigos das altezas inglesas casassem com os navios pela falta de mulheres. Para os brasileiros o navio é um brutamontes de aço para os ingleses uma donzela um tanto grande demais mesmo assim uma dama. Enfim os ingleses só se preocupam com gênero nos pronomes pessoais, no resto como adjetivos, formas nominais de verbos, vale a mesma forma indiferenciada por gênero.

Os seres humanos carregam o sexo entre as pernas, ainda que alguns o tragam dentro da cabeça o tempo todo. O sexo dos animais também está lá entre as pernas, tá certo que no caso de aves é meio difícil de dizer. Há aqueles que nem pernas têm, enfim os animais têm sexo, visíveis ou não. E agora me digam, onde achar o sexo do sapato, da mesa, do sofá mesmo que sirva para se fazer muito sexo, do pepino em toda sua forma fálica? Os falantes da língua da rainha, simplificaram tudo tirando o sexo das coisas, até pode ser que tenham exagerado talvez tirando o sexo das próprias vidas porém isso é assunto para estudos especializados. E eu que tenho de descobrir o sexo das coisas em francês porque a sexualidade dos objetos varia conforme a língua: o nariz é macho em português mas uma donzela em espanhol, assim como leite que é cabra macho no idioma de Camões mas derrama-se em feminilidade na língua de Cervantes. Ainda para me deixar mais louco, as palavras iniciadas em vogal perdem até mesmo o auxílio do artigo definido que me ajudaria na diferenciação.

O sexo das coisas, as coisas do sexo, o sexo das línguas, é o sexo onipresente nas nossas vidas.

Um comentário:

Jotta disse...

Por falar em sexo eis alguém que saíu do armário e resolveu mostrar como a coisa funciona. E funciona bem, muito bem mesmo, a coisa. Até se pode (e deve) perguntar porque ficou a coisa tanto tempo fechada no armário...
Sejamos justos: coisa que é coisa de via servir para todos (e todas, não tirem um sexo da coisa) os que gostam da coisa. Mas «mais vale tarde que nunca» lá o povo na sua infinita sabedoria e a coisa aí está agora para ser disfrutada por todos (e todas, torno a repetir para não se retirar o sexo feminino de se poder deliciar com a coisa)!
Ah! Just for case: a coisa é a «escrita», capacidade de utlizar a palavra para (notavelmente) comunicar com os outros.
É melhor esclarecer tudo não vão trocar a coisa pela coisa e fica tudo com a coisa às avessas...