quinta-feira, 17 de abril de 2008

O amor que cega e compraz

O rosto de Giovanni se ilumina quando ele me mostra o cordão de ouro com medalha em meia-lua com motivo religioso que ele comprou para Juanita. Ele senta na cadeira diante de mim e fala de sua paixão pela bela cubana, dos presentes que comprou, do mês que estará junto dela mas também fala com lucidez de que sabe que ela não o ama. Ele quase chora com o email que recebe da ilha onde Juanita diz que está contente porque ele irá visitá-la em novembro.

Eu ouço com paciência. Quando ele me pergunta como deve proceder com os presentes e com a pequena ajuda financeira que ele pretende dar à amada, eu não consigo evitar de dizer-lhe que se ela fosse professora teria de trabalhar 20 anos sem gastar o salário para juntar o que ele pretende dar-lhe em um mês. Que ele próprio precisa trabalhar alguns meses para juntar este pequeno presente. E me surpreendo quando ele me diz que desde que voltou da ilha nunca mais fez amor com outra.

No final de tudo, eu penso que de Giovanni todos têm um pouco.

Um comentário:

Jotta disse...

Há quem diga que «o amor cega», quem diga «quem feio ama, bonito lhe parece», quem diga «amor é fogo que arde sem se ver», quem diga uma série de coisas sobre o amor e o estado de se amar.
Amar-de-Amar significa isso, fusão. E quem Ama, acredito nisso, só se revê numa fusão: entre 2 corpos de 2 pessoas que se amam. No mais e no resto, acredito, serão apenas versões. Se em 'lá maior' ou em 'mi menor' isso tanto faz já que o que isso faz é apenas desviar do tema central...