domingo, 30 de março de 2008

Que pena, não contamos mais com Oswaldo Cruz


Tão ruim quanto sofrer as conseqüências de uma escolha errada é não ter a opção de escolha. Na política brasileira dizemos que o povo faz as escolhas erradas mas se analisarmos os últimos resultados no Rio de Janeiro, especialmente na cidade, também veremos que as opções não eram boas.

Sou carioca e moro fora da cidade já faz alguns anos e cada vez que retorno tenho a sensação de que a cidade decaiu um pouco mais. O Rio já não é mais maravilhoso. O medo da violência já modificou a vida de todos na cidade. As pessoas temem as ameaças das balas assassinas que varam os céus da cidade e agora morrem de medo dos mosquitos. Os dirigentes da cidade, do estado e do país eleitos pelo povo que desprezam são no mínimo incompetentes e no máximo culpados pelas mortes causadas pela dengue.

É inadmissível que a cidade tenha regredido aos tempos de Oswaldo Cruz quando a febre amarela, também causada por mosquitos, era a praga da vez. O mais espantoso é que a crise que a cidade vive era prevista e simplesmente não se fez nada. A cidade tem um prefeito fanfarrão que simplesmente se lixa pela saúde da cidade, basta lembrar o caos que os hospitais viveram há pouco tempo atrás. O prefeito lutou contra a intervenção federal nos hospitais municipais e agora de novo mostra sua incompetência em matéria de saúde pública. O governador parecia uma rajada de ar fresco na política do estado depois de termos tido o duplo governo das crianças e bem mais rápido do que imaginei se mostrou sem competência para lutar contra os problemas do estado. E ainda assim tanto o prefeito quanto o governador continuarão na vida política, eleitos pelo mesmo povo que sofre com as balas, com os mosquitos, com a violência. Nenhum dos dois será penalizado pelas mortes causadas pela dengue.

O povo é livre para fazer as escolhas que quiser porém nenhuma escolha é sem conseqüências. Não sou dono da verdade mas os resultados que vejo me fazem crer que as escolhas foram erradas. Os mosquitos dirão se tenho razão.

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